domingo, 28 de março de 2010

Sonho no parque!

Há quanto tempo não sonho!

O encontro de hoje, no Parque das Mangabeiras, foi um tempo para eu voltar a sonhar. Acho que sonhei durante nossas atividades. Sonhei com nosso encontro, ou no encontro!?

Mas como assim?

A palavra sonho me soa como uma mistura interessante de realidade, fantasia, imaginação e desejo e foi mais ou menos esta mistura que vi em nosso encontro. Esta ‘mistureba’ ajudou-me perceber que desde certo tempo estava desacreditado em articulações conjuntas, que grupos eram possíveis de se articularem. Diversos fatores levavam-me a acreditar nisso: a falta de tempo por causa de atividades "mais importantes" ligadas a nossa sobrevivência no mundo do consumo, a inanição por falta de coragem e de acreditar em uma sociedade justa constituída por sujeitos de direitos, por ver a dificuldade de compatibilidade de horários e datas, por falta de dinheiro, pelo desemprego e vários outros motivos de desencontro!

Hoje sonhei! Senti algo bacana ao nos ver como projeto, como diálogo. O “diálogo” somos nós! O projeto somos nós! Vi no PROJETO DIÁLOGO a possibilidade de um projeto diálogo, ou seja, pessoas lançadas, projetadas com a arma do diálogo na sociedade das mônadas, da falta de tempo e das ideias claras e distintas.

No meu sonho, vi que somos uma fusão de espaço e corpos! Criamos espaços e nos lançamos como corpos nele. O espaço pode ser o ecológico, o espiritual, o social, o cultural. Nele encontramos os corpos com os quais nos esbarramos, estranhamos, posicionamos em uma estranha fusão e dispersão. No espaço entrelaçamos corpos que não se misturam, era a imagem de meu sonho.

Passava por mim, durante o picnic , a sensação de sermos os frutos e a partilha! A matéria bruta da nossa refeição. Vi que comíamos o fruto de uma caminhada feita sob um chão profundo dos sentimentos. O fruto era oriundo de uma árvore na qual o diálogo é constituído de linguagem afetiva, engajada no mundo e na sociedade.

Sonhei com um grupo maduro que sabe onde quer chegar e o que quer fazer na sociedade empunhando o espaço e o corpo como possibilidades do diálogo acontecer. Sonhei com a pequenez de um grupo grande em afeto, sintonia, cordialidade, generosidade...

Acordado vi nossa agenda com passos singelos e nobres de quem "caminhando faz o caminho!"

Rafael Basso

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